segunda-feira, 31 de maio de 2010

Núcleo Pedra Negra

No dia 15 de agosto de 2009, sábado, aconteceu em Governador Valadares a aula inaugural do núcleo Educafro/GV, que tem como proposta de nome Pedra Negra, que, em tupi guarani, significa Ibituruna, nome da maior riqueza da cidade, conhecida internacionalmente como a melhor plataforma do mundo para a prática do vôo livre e também querendo referir-se ao público prioritário do curso, que são os afro-descendentes.

Durante a manhã, tivemos uma celebração inter-religiosa presidida pelo Antônio Augusto Alves (Professor Toninho), representante de religião de matriz africana de Govenador Valadares, pelo Frei Fabiano Aguilar Satler e integrantes de religiões evangélicas que, juntos, fizeram uma celebração muito bonita, levando o público a interagir com as orações.

Também aconteceu uma mostra de fotografias, produzida pela professora Terezinha Vilarino, do curso de História da Univale, registrando a história de Valadares, de Figueira até a década de 60. (Santo Antônio de Figueira é o primeiro nome de Governador Valadares)

A Educafro foi amplamente divulgada na Rádio Por um Mundo Melhor, na Rádio Globo e também no jornal Diário do Rio Doce, na página Cultura/Variedades, a qual anunciou o evento com a seguinte manchete: Igualdade, Liberdade e Fraternidade: Exposição fotográfica itinerante e celebração religiosa marcam aula inaugural do projeto “Educafro” em Valadares.

A Conquista de um núcleo da “Educafro” em Valadares é mais uma vitória do Movimento Negro da cidade, que sempre lutou pela melhoria de vida dos seus integrantes. È o que explica o presidente do Órgão Mobilizador da Comunidade Afro-descendente de Governador Valadares (OMCAD), Antônio Augusto Alves (Toninho):

Desde 2003 lutamos para trazer a “Educafro” para Valadares, e após o próprio caminho que a proposta tomou, tendo cada vez mais adeptos, finalmente conquistamos mais esse objetivo. Há 18 anos trabalhamos a conscientização dos negros dentro desse processo de preconceito que ainda existe, e tentamos mostrar que isso ainda está muito além da percepção das pessoas. Viemos discutir esse assunto, e cada vez mais essa discussão se torna acentuada. A Educafro vai nos ajudar muito, possibilitando o ingresso dessas pessoas numa universidade, de forma tranqüila, consciente e determinada, completou. (fonte DRD).

Tivemos também a presença dos nossos queridos alunos, pois, sem eles o Educafro nunca aconteceria. Participou também da cerimônia de abertura a diretora do Centro Interescolar, Ivanete, apoiadores como o Dirley, que está nos ajudando com a divulgação do projeto, professores, pessoas da comunidade, a banda dos alunos da escola, e tantos que vieram nos apoiar nessa nova luta.

A luta para iniciarmos um núcleo do Educafro na cidade nos remete ao dia 17 de abril de 2007, quando aconteceu uma reunião entre a coordenação regional e membros da OFS (Ordem Franciscana Secular) e das CEB's(Comunidades Eclesiais de Base), na qual discutimos a possibilidade de fundar um núcleo aqui.

Na época, Danielle e Frei Fabiano Aguilar Satler, membros do Educafro, expuseram a todos o histórico do movimento em Minas e nos explicaram como funcionam os demais núcleos já existentes, quando alguns participantes da reunião afirmaram que a cidade possui diversos pré-vestibulares comerciais e necessitava urgentemente de projetos que priorizem os estudantes carentes e os negros, já que não tem uma universidade pública.

Lembro-me de que os participantes cogitaram a possibilidade da formação de um grupo para atuar no cursinho comunitário e, quem sabe, daqui a um tempo, somar forças e lutar para o surgimento de uma universidade pública em Valadares.

No mesmo ano de 2007, dia da Consciência Negra, os alunos do Interescolar encenaram uma peça teatral de Monteiro Lobato intitulada Negrinha, que conta a história de sofrimento de uma menina negra e órfã, que sofreu preconceito, abandono e tortura até morrer, dirigida por Naza Amaral.

No início de 2008 fizemos uma nova reunião do Educafro com o Movimento Negro de Governador Valadares, com a presença de membros da FFB (Família Franciscana do Brasil) e da Dani, representante do Educafro de Belo Horizonte, quando fizemos a todos um chamado para organizarmos um núcleo em Governador Valadares.

Agora é a vez de adubar a plantinha do Educafro, pois a sementinha já foi plantada, com a ajuda do Frei Adelmo, ofm, entre outros colaboradores. Convidamos, assim, os alunos do 3° ano do Interescolar para iniciarmos um núcleo aqui e fazê-lo crescer.

Nesse novo núcleo que se inicia teremos três matérias novas e muito importantes para a formação dos educandos que é o Francês, que vai ser ministrado pela professora Zilmar, e a Sociologia, ministrada pela professora Ariane e direito e cidadania, ministrado pelo Waldir Pereira que é bacharel em direito.

Depois de toda essa trajetória de luta, hoje estamos comemorando o início das aulas no Núcleo Educafro em Governador Valadares, que a cada dia recebe mais alunos.


Por Lídice Gomes Pimenta da Silva Pereira, OFS, coordenadora e professora de História do Núcleo Educafro de Governador Valadares.

domingo, 30 de maio de 2010

Escravidão Negra no Brasil

Quando falamos de escravidão de negros no Brasil, muitas vezes não temos idéia do número de pessoas envolvidas e lembramos, quase sempre, da Princesa Isabel como a boa senhora que libertou os escravos. Há muito mais coisas a se saber sobre essa questão.

Em torno de 10 milhões de negros foram trazidos da África para serem escravizados no Brasil. Quando aqui chegavam, muitas vezes, chegavam a trabalhar 20 horas por dia.

Quando um dono de terras comprava negros para escravizar mandava marcá-los a ferro e fogo com suas iniciais, sobre a nádega ou sobre o peito, em geral.

Os negros não concordavam com o que acontecia. Alguns tinham coragem e rebelavam-se. Tivemos várias rebeliões de negros escravos. Muitos fugiam e se juntavam a outros fugitivos e muitas vezes formavam quilombos. O mais famoso dos quilombos foi o de Palmares que chegou a ter 50.000 habitantes. No Quilombo de Palmares a propriedade era comunitária e procuravam plantar de tudo um pouco para que ninguém passasse fome, pois, não tinham como objetivo o lucro. As tropas portuguesas invadiram o quilombo e mataram seus habitantes.

Um dos líderes dos negros nessa luta foi Zumbi, que teve a cabeça cortada. Alguns negros para não continuarem escravos, chegavam a se suicidar. Os negros eram proibidos de praticar suas cerimônias religiosas e de falar seus dialetos de origem.

Várias leis foram feitas para libertar os escravos. Temos como exemplos a Lei do Ventre Livre (ficariam libertos os que nascessem a partir daquela data); a Lei do Sexagenário (ficariam livres os que já tivessem 60 anos de idade; isso era difícil porque no geral não viviam tanto), dentre outras. Quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea já tínhamos libertado, em torno de 95% dos negros.

Houve muito sofrimento, separação das pessoas da mesma família, muitas mortes. Hoje, ainda não podemos dizer que superamos essa história. Há, ainda, muito preconceito em relação aos negros e muitos tipos ainda de escravidão.

Dia 20 de novembro comemora-se o dia de Zumbi, o dia da Consciência Negra.

01-Coletem reportagens que mostrem se o racismo e o trabalho escravo foi superado totalmente no Brasil ou não. (grupo da montagem do mural)

02- Faça uma pesquisa sobre a contribuição dos negros na formação da sociedade brasileira. (Participação de todos)

03- o que é Educafro, você gostaria que na sua escola tivesse um Núcleo Educafro? (participação de todos)

04 – Organização de uma Palestra sobre o Educafro no Interescolar (grupo de alunos que gostam de estudar e que queiram realmente participar da formação de um núcleo).

Introdução de uma aula elaborada pela professora de História do Cento Interescolar/GV: Lídice Gomes Pimenta da Silva Pereira/ Em novembro de 2008

Educafro em Governador Valadares.

(Retirado blog: www.pimentabravalatina.blig.ig.com.br/ que hoje está em construção/desativado).

Aconteceu em Governador Valadares, no dia 17 de abril, de 2007 uma reunião entre a coordenação regional e membros da OFS (Ordem Franciscana Secular) e das CEB's(Comunidades Eclesiais de Base).

O objetivo foi discutir a possibilidade de fundar um núcleo do Educafro na cidade. Danielle e Frei Fabiano membros do Educafro expuseram a todos o histórico do movimento em Minas e explicaram como funcionam os demais núcleos já existentes.

Segundo alguns participantes, a cidade possui diversos pré-vestibulares comerciais e necessita urgentemente de projetos que priorizem os estudantes carentes e os negros, pois é uma cidade que não tem universidade pública e que vive ainda sob condições conservadoras.

Pretende-se formar um grupo que possa atuar no cursinho comunitário e, quem sabe, daqui a um tempo, somar forças e lutar para o surgimento de uma Universidade Pública em Valadares.

Ficou decidido nessa reunião que este grupo se encontrará para amadurecer essa idéia e a coordenação regional estará acompanhando periodicamente a implantação do Educafro e ajudar no que for preciso.Desejamos boas energias e muito axé a todos de Valadares. Enviado por Lídice Pimenta Pereira.

No mesmo ano de 2007, dia da Consciência Negra os Alunos do Interescolar encenaram uma peça teatral de Monteiro Lobato intitulada Negrinha.

No início de 2008 fizemos uma nova reunião do Educafro com o Movimento Negro de Governador Valadares, com membros da FFB (Família Franciscana do Brasil) e com representantes do Educafro de Belo Horizonte, quando fizemos a todos um chamado para organizar um Núcleo em Governador Valadares.

Agora é a Vez de adubar a plantinha do Educafro, a semente já foi plantada.

Convido os alunos do Interescolar para fazer iniciar um Núcleo e faze-lo crescer já que a sementinha foi plantada em Valadares.