quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Professores Protetores

         
                "Professores, protetores, verdadeiros anjos da guarda quando dedicam seu trabalho as crianças, adolescentes e jovens, sem discriminação e com muito amor e dedicação. A psicologia Escolar e Educacional reconhece a importância deste profissional como prioritária para formação de bons sujeitos! Parabéns todos os dias professores! .."

sábado, 24 de setembro de 2011

LIBERDADE DE EXPRESSÃO-CENSURA, USO E ABUSO DE DIREITO

LIBERDADE DE EXPRESSÃO-CENSURA, USO E ABUSO DE DIREITO

WALDIR DE SOUZA PEREIRA

Muito se falou de liberdade de expressão, repudiando-se a censura às artes e à imprensa no Brasil.
Durante a ditadura militar (1964-1984) as pessoas não podiam criticar o governo ou apresentar programas de televisão que contivessem cenas consideradas imorais.
Tudo era censurado pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), através de seus agentes chamados de censores, freqüentava as redações dos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão, cortando as cenas, falas ou textos que considerassem subversivos ou imorais, dizendo o que poderia ou não ser publicado.
Posteriormente ao fim da ditadura, a Constituição Federal de 1988, em seu art.5º, incisos IV, V e IX, diz o seguinte:
IV-É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. Em resumo, fale e assuma.
V-É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
Ou seja, quem fala o que quer, pode ouvir o que não quer.
IX-É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
Ou seja, o governo não poderá mais dizer o que é moral ou imoral, o que o povo pode ou não pode ouvir, ver ou saber.
O ENEM de 2004 trouxe como tema para a redação: “Como garantir a liberdade de expressão e evitar abusos nos meios de comunicação?”
E vocês, o que acham disso?
Na era da internet, nunca tivemos tanta liberdade como hoje!
Celulares com câmeras, computadores com acesso à internet a preços baixos, presentes nas lan houses, nas escolas e centros de inclusão digital, no trabalho, nas casas de amigos, vizinhos e parentes. Ou seja, a comunicação ficou muito mais fácil e perigosa.
A internet não tem censura e de qualquer lugar pode-se postar vídeos e-mails com as mais variadas informações, corretas ou incorretas, e boatos sobre qualquer assunto ou pessoa. Por isso, não são confiáveis os e-mails anônimos que se espalham na internet sobre diversos assuntos, do direito à política, da saúde à economia, que podem conter, além de informações parciais e incorretas, vírus e fraudes.
Tornou-se comum, casais de namorados, no final do relacionamento, espalharem fotos íntimas na internet, e principalmente homens postarem fotos, vídeos e telefones de ex-namoradas, anunciando-as como garotas de programa etc.
Mas há, também, muitas informações úteis e necessárias na internet, cabendo a nós a árdua missão de distingui-las, pois a rede também tem o papel de mídia alternativa para que diversos grupos sem acesso aos grandes meios de comunicação denunciem os seus problemas e reivindiquem os seus direitos.
Os programas humorísticos atuais, na televisão, rádio e internet, abusam de cenas de nudez (pornografia), ridicularizando mulheres, deficientes, homossexuais, idosos e outros. Novelas apresentam heróis malandros, mentirosos e corruptos, taxando-os como espertos, galãs, engraçados etc.
No final, todos torcem a favor dos maus exemplos. Quem nunca torceu pela mulher que traía o marido ou pelo marido que traía a esposa? E o bom malandro, conquistador?E a mãe que manda a filha fazer aborto? E o traficante bonzinho? E o padre e o pastor metidos a espertos?E os programas sensacionalistas? E as músicas que fazem apologia ao sexo desordenado, ao tráfico e consumo de drogas? E as propagandas que ridicularizam a família e o casamento como coisas ultrapassadas, louvando o adultério, o dinheiro, a esperteza, os vícios da bebida e do cigarro, terminando com um ridículo “fumar faz mal à saúde” ou “beba com moderação”, após ter estimulado o consumo de cigarros e bebidas alcoólicas?
São péssimos exemplos, é verdade. Mas deveriam ser objeto de censura? Quem deveria escolher o que vemos?
No fim, cabe a nós sabermos utilizar esses recursos tecnológicos, velando para não causarmos, nem sermos vítimas, de danos morais, pois, uma vez disparada a ofensa, principalmente pela mídia impressa ou televisiva (sons e imagens), dificilmente a imagem da vítima será recomposta, pois a ofensa sempre tem mais impacto que o desmentido.
Mas acredito que o abuso nos meios de comunicação deve ser freado pela própria sociedade, pois, se não houver patrocínio das empresas e audiência dos ouvintes, não terá sentido manter a baixaria. Se ela existe, é porque dá audiência.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sensibilização das Igrejas

Greve dos professores e as Igrejas.

Frei Gilvander

Mutirão para dialogar com povo das igrejas no próximo final de semana, dias 24 e 25/09/2011.
O Clamor dos professores da Rede Estadual de Educação, em greve há 107 dias, e os clamores da educação pública em Minas Gerais precisam chegar a todas as Igrejas e a toda a sociedade.
Em reunião com representantes de dezenas de sindicatos, movimentos populares do campo e da cidade e outras entidades que estão compondo uma Grande Rede de Apoio à greve dos professores em Minas foi aprovado o MUTIRÃO NAS IGREJAS DE BH, REGIÃO METROPOLITANA E MINAS GERAIS.


ACONTECERÁ...

Quando? Dias 24 e 25 de setembro, sábado e domingo,

O quê? Grande mutirão para informar o povo que participa das celebrações religiosas, nas igrejas católicas e não católicas, sobre a Greve dos Professores da Rede Pública de Minas Gerais, que estará no seu 110º dia.

Como? Conclamamos professoras e membros da grande Rede de Apoio à grave dos professores a participar de todas as celebrações religiosas nesse final de semana: missas, cultos e etc. Sugerimos que vá pelo menos duas pessoas às igrejas de Belo Horizonte, da Região Metropolitana e de Minas Gerais. Cheguem às igrejas pelo menos uns 20 minutos antes da celebração. Vá direto à sacristia e converse com o padre ou com o pastor. Peça apoio às justas e legítimas reivindicações dos professores, em greve há 110 dias. Solicite falar à Assembleia religiosa pelo menos uns 5 minutos durante a missa, culto ou celebração da Palavra etc. Deixe um panfleto com algumas das principais informações que revelem a justeza da greve. Conclame as comunidades religiosas a manifestarem concretamente apoio à luta dos professores. Afinal, educação pública é uma questão que diz respeito a toda a sociedade.

Convide para manifestar concretamente, de alguma forma, o apoio à luta tão justa, necessária e sublime dos educadores de Minas. Convide todas as pessoas presentes nas celebrações religiosas para participarem de:

a) Ato Público, com Marcha, na segunda-feira, dia 26 de setembro, a partir das 15:00hs na Praça da Estação, em Belo Horizonte.

b) Uma das três Marchas que acontecerão na terça-feira, dia 27 de setembro, iniciando às 13:00h saindo:

1) 1ª COLUNA: Saindo da Av. Amazonas, ao lado do Colégio dos Salesianos, às 13:00h, dia 27/09, terça-feira;

2) 2ª COLUNA: Saindo da Praça da Estação, às 13:00h, dia 27/09, terça-feira;

3) 3ª COLUNA: Saindo da Av. N. Sra. do Carmo, 476, em frente à Igreja do Carmo, no Carmo Sion, às 13:00h, dia 27/09, terça-feira.

Atenção! Essas três Colunas de professores, trabalhadores e movimentos sociais, irão, em Marcha até o Pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em BH, onde a partir das 14:00hs acontecerá a 15ª Assembleia Geral dos professores em Greve há 110 dias. Contaremos com a participação de vários artistas (Pereira da Viola etc), celebridades nacionais, muitos sindicatos e Movimentos Populares do Campo e da Cidade, sociedade civil. Enfim, todos que estão juntos na luta tão justa, legítima e necessária dos professores por uma educação pública de qualidade em Minas.


Pela Comissão de organização,

Frei Gilvander Moreira, cel.: 31 9296 3040.

gilvander@igrejadocarmo.com.br
Belo Horizonte, 23 de setembro de 2011
Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br
www.gilvander.org.br
www.twitter.com/gilvanderluis
Facebook: gilvander.moreira
skype: gilvander.moreira

Postado por Blog do Euler

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

POR NATÁLIA CARVALHO


"Eu vi quando eles trouxeram as bombas, e vi prepararem as armas, eu estava na grade, entre a polícia e o povo. E achava aquilo tão surreal, tão inacreditável que não conseguia sentir medo .                      
PANIS ET CIRCENSIS ET LACRYMOGÉNE
Por Natália Carvalho
Eu não tenho posicionamento político, muito menos partido ou religião. Sou apenas uma garota com uma câmera na mão que costuma observar o mundo para poder contá-lo. Na última sexta-feira um trânsito infernal me obrigou a descer do ônibus e continuar o caminho a pé. Eu sempre passo pela Praça da Liberdade e perco uns bons minutos vendo as pessoas sendo. Só que na última sexta feira eu não pude passar. Grades cercavam metade da praça fazendo um circulo de proteção ao Palácio da Liberdade, que estava em festa pelos 1000 dias para a copa do mundo. Personalidades como Pelé, Orlando Silva e Ricardo Teixeira estavam lá. Uma bela iluminação e balões prateados enfeitavam a festa. Porém o som alto da bossa nova e os fogos de artifício não conseguiram abafar o grito das pessoas do outro lado das grades. Professores há cem dias de greve, funcionários dos correios, estudantes,  mendigos, esquerdistas, ciclistas, transeuntes e toda a sorte de gente que, assim como eu, é obrigado a dizer hoje, com muito pesar, que é mineiro.
A tropa de choque da polícia militar foi chamada para conter a verdade que clamava num coro de muitas vozes por liberdade. Eu assisti naquele dia pessoas desarmadas, professores que dedicaram uma vida a educar as crianças do nosso estado, serem agredidos como criminosos. Quando os fogos começaram, as vozes também aumentaram e já soavam mais alto que o Hino de Minas Gerais. Os policiais apostos se entreolhavam e sabiam que a qualquer momento teriam que calá-las. Eu vi quando eles trouxeram as bombas, e vi prepararem as armas, eu estava na grade, entre a polícia e o povo. E achava aquilo tão surreal, tão inacreditável que não conseguia sentir medo.
Um senhor de 73 anos me puxou para conversar e disse com voz de quem conhece o fim do mundo: “Eu já vi isso acontecendo antes, eu passei a minha juventude lutando contra isso. A Ditadura está de volta, e eu lamento não ter mais energia para chutar essas grades.”  Foi quando alguém fez isso por ele, grades ao chão e a polícia veio para cima de todos, tiros de bala de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e cacetadas.  Todas aquelas pessoas correndo na minha direção e eu já não conseguia olhar pelo visor da câmera, eu estava lá, e se eu não corresse também poderia levar. Eu vi gente chorar, cair, sangrar. Gente que só estava ali para dizer o que pensava, o que queria, o que supostamente alguma constituição deveria garantir.
O que mais me chocou no entanto, foi assistir a destruição da verdade. Nenhuma nota sobre o ocorrido foi lançada pelos grandes meios de comunicação. Pode parecer inocência minha acreditar em uma verdade, mas que seja. Eu acredito no que eu vi . Eu vi fogos de artifício e tiros serem lançados ao mesmo tempo. Vi que nem todos se contentam com pão e circo. E vi que nos bares há poucos metros dali a vida continuava leve como só a ignorância permite viver. A censura em Minas não é uma lenda, acreditem. Só que diferente daquela que conhecemos em outros tempos, essa não se anuncia, se esconde atrás de sorrisos charmosos, propagandas coloridas e cacetadas no escuro. No dia seguinte meus avós tomavam o café como se nada tivesse acontecido, mas qualquer bom observador poderia perceber que há alguma coisa diferente no ar dessa cidade.





Fonte: ilovebubble.com/portfolio-item/greveeducacao/

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

"Carta Aberta ao Desembargador Ronei Oliveira

Incorporo ao texto de abertura a Carta Aberta ao desembargador Roney Oliveira formulada pelo professor universitário Luciano Mendes de Faria Filho.

"Carta Aberta ao Desembargador Ronei Oliveira - Belo Horizonte, 17 de setembro de 2011.
“Na aplicação da lei, o Juiz atenderá aos fins Sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. "(Art. 5º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro)”
A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte À gente não quer só comida A gente quer saída para qualquer parte... A gente não quer só comida A gente quer bebida Diversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vida Como a vida quer... A gente não quer Só dinheiro À gente quer dinheiro E felicidade À gente não quer Só dinheiro À gente quer inteiro E não pela metade... (Comida-Titãs)

Caríssimo Senhor Desembargador:
Foi com imensa tristeza que soube de Vossa decisão de determinar o imediato retorno dos professores mineiros ao trabalho, ou seja, às salas de aula. Não posso negar também que fiquei surpreso ao ler o teor do texto que fundamenta/justifica a decisão de Vossa Senhoria.
Como cidadão, professor, e, como o Senhor, funcionário público remunerado pela população – inclusive a dos "grotões mineiros" em que, segundo vosso texto, fruto de vosso insuspeito conhecimento de causa, as crianças vão à escola "mais atraídos pelo pão do que pelo ensino" –, também considero importante que "na aplicação da Lei, o Juiz atenderá aos fins Sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum." Mas, pergunto Senhor Desembargador, estaria mesmo a vossa decisão colaborando para o bem comum?
No plano nacional, a nossa primeira Constituição, de 1824, já determinava que a educação elementar seria pública e gratuita. Em nosso passado recente, a Magna Constituição de 1988 garante esse mesmo direito e expande ao determinar a natureza pública e subjetiva do mesmo. O mesmo faz como não poderia deixar de fazê-lo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (1991) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996).
Veja, Senhor Desembargador, em Minas Gerais a primeira legislação para a instrução pública, a Lei no. 13 é do ano de 1835. Ou seja, foi uma das primeiras leis que nossos legisladores acharam por bem aprovar porque reconheciam, mesmo dentro de limites às vezes estritos, a importância da educação pública. De lá para cá, se contarmos, veremos centenas de atos legislativos que, como aquela Lei fundadora, vieram garantir o legítimo direitos dos cidadãos a uma educação pública, gratuita e de qualidade.
No entanto, poderíamos perguntar: estariam esses direitos sendo garantidos de fato? Sabemos que não, e não apenas para os dos "grotões mineiros". E isto não apenas hoje. Ensina-nos a história da educação mineira que desde o século XIX tem-se muito claro que os professores constituem elemento fundamental para a qualidade da escola. No entanto, desde lá também se sabe o quão difícil é garantir a entrada e permanência dos professores na profissão. Veja Senhor Desembargador, o que dizia um Presidente da Província de Minas em 1871, isto é, há 140 anos: "A par da criação das escolas normais devem se aumentar os vencimentos dos professores. Não se pode esperar que procurem seguir carreira tão pouco retribuída aqueles, que, depois de instruídos nas escolas normais, sejam convidados para outros empregos com esperança de um futuro lisonjeiro". [Antonio Luiz Affonso de Carvalho, Presidente da Província de Minas Gerais, em 02/03/1871]
Passados todos estes anos, e não são poucos, o que demonstram, hoje, a experiência dos professores mineiros e as mais diversas pesquisas acadêmicas é que em breve faltarão professores para a escola básica brasileira. Aliás, para algumas disciplinas essa falta já é sentida hoje. Mas não apenas isto. O mais grave é que, independentemente do número, verifica-se que a profissão perdeu, de vez, o poder de atrair/seduzir jovens talentos. Ou seja, a tarefa socialmente relevante e culturalmente fundamental de conduzir as novas gerações ao mundo adulto já não atrai parcela significativa (e necessária) de sujeitos dessa mesma sociedade. É como se os jovens estivessem dizendo: não vale a pena jogar o melhor das minhas energias nessa tarefa, apesar de sua relevância social e cultural.

Veja, pois, Senhor Desembargador, que o poder público mineiro vem lesando, há séculos, nossas crianças em seu mais que legítimo direito à educação. E, convenhamos, a considerar o atual salário dos professores mineiros, mesmo se comparado ao Vosso tempo de "vacas magras", a atual administração estadual nada fez para atacar o problema. Muito pelo contrário, o agravou com a famigerada política de subsídio. Considere, pois, Senhor Desembargador, que as "queridas vacas", como dizia a adorável professora do Drummond, estão tão magras que em breve delas não teremos nem o leite, nem a carne, nem o osso e nem mesmo o berro!
É louvável, Senhor Desembargador, a Vossa preocupação com a fome das crianças dos "grotões mineiros", assim como com a garantia do direito à educação para a toda a população mineira e com os danos causados pela greve ao alunado. Por outro lado, não posso concordar que essa greve seja abusiva ou que precisaria se arrastar ad aeternum. Parece-me, aqui, que uma das formas de a Justiça contribuir para garantir, na aplicação da Lei, os "fins Sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum", seria obrigar Estado mineiro a cumprir, sem subterfúgio, a legislação existente e instruí-lo a reformar a péssima Carreira Docente em vigor. Esta contribui mais para a desmotivação do professorado do que lhe acena com os justos ganhos decorrentes da busca por mais e melhor formação e da comprovada experiência adquirida no exercício da profissão.
Sabemos Senhor Desembargador, que a justa decisão daquele que, mantido pelo poder público, tem o dever e a legitimidade para decidir, é, também, aquela que interpretando a Lei, de mãos dadas com a experiência passada, descortina, no presente, o futuro que pretende criar. A Justiça, Senhor Desembargador, se faz quando se tem em mente os problemas (futuros) que nossas soluções criarão ou deixarão de criar. A Justiça se faz, também, quando combate injustiças duradouras e possibilita a criação de condições de uma duradoura justiça!
Se o direito à educação de qualidade não se faz apenas garantindo o acesso, este direito está, hoje como ontem, ameaçado, e sua garantia não se faz na sala de aula e no pátio da escola, mas nas ruas e nas praças ocupadas pelos professores em greve. Neste momento, a continuidade da greve como forma de obrigar a administração estadual a responder, de fato, à situação humilhante dos professores estaduais com melhores salários e condições de trabalho, é a única forma de garantir o direito à educação, em cuja defesa todos nos irmanamos.
As crianças que freqüentam a escola pública e as famílias que pagam impostos para que o Estado a garanta, Senhor Desembargador, "não querem só comida". Querem tudo a que têm direito! Têm direito, inclusive, a professores sejam felizes e satisfeitos com seus salários e suas condições de trabalho! Professor que foi aluno que aprendeu com alguma professora nos bancos de uma escola, o Senhor Desembargador deve saber também que a única forma de fazer uma boa escola ou uma boa escola é que os professores tenham, eles também, os seus direitos reconhecidos e protegidos. Eles não querem "só comida"!
Finalmente, Senhor Desembargador, é preciso lembrar que, contrariamente o ditado popular, nem sempre onde há fumaça há fogo. E, às vezes, pode haver fogo se haver fumaça. Para isto, bastaria ver a Praça da Liberdade na sexta feira. O "gás de pimenta" pode "ser fogo", como disse, em mensagem eletrônica uma professora que lá estava: "Para quem nunca inalou gás de pimenta, a sensação é a seguinte: um fogo na cara, um ódio no coração e muita tosse". Mesmo sem a cobertura da fumaça, foi lá que o Estado de Minas, por meio de seus agentes legalmente constituídos, nos deu uma péssima lição de cidadania. Penso Senhor Desembargador, que o episódio da Praça da Liberdade, este sim, merecia uma rápida investigação e a punição exemplar daqueles que, atualizando o que há de pior em nossa história, violentaram não apenas os professores, mas todos nós, cidadãos deste país. Logo, imagino também ao Senhor.
Acalentando o sonho de que nossas crianças e jovens possam ter garantido o direito a uma escola de qualidade e que os professores mineiros tenham garantido o seu legítimo direito a lutar pelos seus direitos, envio cordiais saudações.
Luciano Mendes de Faria Filho Professor de História da UFMG
Coordenador do Projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil – 1822/2022".

sábado, 17 de setembro de 2011




Frei David - Diretor Executivo/Educafro


MILITÂNCIA DA EDUCAFRO EM BRASILIA
Um ônibus cheio de garra e determinação parte de São Paulo, neste domingo, dia 18/9, logo após a reunião geral, com militantes de São Paulo e Rio de Janeiro, com a missão de se fazer avançar as pautas de politicas públicas da comunidade negra. A agenda será a seguinte:
Dia 19/9 (Segunda-feira)

1 – Audiência Pública no SENADO sobre o Negro no Mercado de Trabalho. Das 8h30min até às 12 horas.

2 – Audiência Pública no SENADO sobre “Os dez anos de cotas étnicas nas Universidades”. Das 15 às 18 horas.

3 - Às 20 horas - Troca de experiência com a Educafro Brasilia, Rio e São Paulo. Local: Albergue da juventude
Dia 20/9 (Terça-feira)

Das 8 horas até às 18 horas: – Visita aos Ministros do STF aos Deputados e Senadores em vista das pautas da Comunidade Negra.
Gravação de debates na TV SENADO

Dia 21/9 (Quarta-feira)

Às 9 horas – Reunião de trabalho com o Ministro Gilberto Nascimento, no 4º andar do Palácio do Planalto

Às 11 horas - possível votação na CCJ do SENADO das cotas nas universidades públicas!!!!

Das 14h00min às 20h00min horas, agendas com Senadores estratégicos para as pautas da comunidade negra.

Às 18h30min acontecerá o lançamento do Livro: Ações Afirmativas: a questão das cotas; escrito por mais de 20 juristas de renome, entre eles, Dalari e Comparato. É uma publicação da Editora Impetus. Um estudo de Análises Jurídicas – um dos assuntos mais controvertidos da atualidade – foi coordenado por Renato Ferreira. Local: Espaço Cultural Superior Tribunal de Justiça.

Visite o site: www.educafro.org.br







quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Greve dos professores de Minas: marco histórico.


Gilvander Moreira1
Dia 31 de agosto de 2011, acompanhei mais uma grande Assembleia Geral das/os Professoras/res da Rede Estadual de Educação do Estado de Minas Gerais, que estão em greve, desde o dia 08 de junho,há 99 dias. Foi emocionante e inesquecível e ao mesmo tempo provocou profunda indignação.. Mais de 9 mil educadores e centenas de trabalhadores de várias outras categorias, representantes de muitos sindicatos e movimentos populares transformaram a ante-Praça da Assembleia Legislativa de Minas em palco de luta. Mais quantos dias de greve serão necessários para que o Governador de Minas, Sr. Antonio Anastasia (PSDB + DEM), ouça os clamores dos educadores da Rede pública de Educação? Os clamores já estão sendo ouvidos em todo o Brasil, pelo mundo afora e chegou aos céus.

“Vejam o salário dos trabalhadores que fizeram a colheita nos campos de vocês: retido por vocês, esse salário clama, e os protestos dos trabalhadores chegaram aos ouvidos do Deus da vida... Vocês condenaram e mataram o justo.” (Carta de Tiago 5,4.6).
Somente após 84 dias de greve, o Governo Anastasia apresentou proposta de elevar o Piso salarial de R$369,89 para R$712, a partir de janeiro de 2012, desconsiderando o tempo de carreira e o grau de escolaridade. Os professores rejeitaram essa proposta e votaram, por unanimidade, a continuidade da greve por tempo indeterminado. A direção do Sind-UTE2 disse: “A proposta nada mais é que o achatamento da carreira, não está aplicada a tabela de vencimento básico vigente e ela contemplaria apenas o professor, excluiria outras categorias de educadores. O Governo não apresentou proposta para os cargos de suporte à docência e por isso, também não cumpre a Lei Federal 11.738/08 que prescreve Piso Salarial Nacional.”
Em 2011, em educação pública, o Brasil ficou em 88º lugar, no ranking de educação da UNESCO. Há sete anos professora, a pedagoga Alzira de Sete Lagoas, mostrando seu contracheque com vencimento básico de apenas R$369,89 bradou: “Só retornarei para a sala de aula após o governador Anastasia começar a pagar o Piso Salarial Nacional, instituído pela Lei Federal 11.738/2008”. Os milhares de educadores, em Assembleia, gritaram: “É greve, é greve, é greve, até que o Anastasia pague o que nos deve” – o Piso Nacional, hoje, segundo o Ministério da Educação é R$ 1.187,00. Em 06 de abril de 2011, o STF3, na ADIN 4167, definiu que piso é o vencimento básico. Acórdão sobre essa decisão do STF foi publicado em 24/08/2011, o que legitimou mais ainda a greve e as reivindicações dos educadores.
O governo estadual de Minas Gerais teve três anos para adequar o orçamento à exigência da Lei Federal 11.738, mas, na contramão do que reivindicam os professores, insiste em não pagar o piso salarial nacional e tenta justificar o injustificável. Os professores não aceitam mais subsídio, porque isso significa a morte da carreira. Logo, o governo estadual age na ilegalidade, com atuação imoral. Relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado comprovou que o Governo de Minas não investe o percentual constitucional de 25%4 em educação pública. Em 2009, por exemplo, o investimento foi de apenas 20,15%.
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE – o Piso Salarial Nacional para 24 horas semanais deveria corresponder, hoje, a R$1.597,87, pois a Lei 11.738 estabelece reajustes anuais para o piso. Como o valor do piso em 2008 era de R$950,00, aplicados os reajustes de 2009, 2010 e 2011, o piso hoje teria que ser R$1.597,87. Contudo, em 2009, o Governo Federal não concedeu o reajuste.


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1 Mestre em Exegese Bíblica, professor, frei e padre carmelita, assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br – www.gilvander.org.br – www.twitter.com/gilvanderluis
2 Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação de Minas Gerais.
3 Supremo Tribunal Federal.
4 Cf. Constituição Federal, art. 212.


No levantamento elaborado pelo Sindifisco-MG5 para avaliar o investimento dos Estados brasileiros com a educação em relação à Receita Corrente Líquida de cada Estado , Minas Gerais é o penúltimo colocado. Há um déficit em Minas Gerais de 1 milhão e meio de vagas na educação básica. A preocupação que o Governo diz ter com o ENEM não é sincera pelos seguintes motivos: a) o Governo estadual não oferece aos estudantes toda a matriz curricular do ensino médio; b) autorizou a contratação de pessoas sem formação em magistério e licenciatura para ser professor; c) não cumpre a Lei Federal 11.738, o que poria fim à greve. Um processo de empobrecimento dos educadores da rede pública em Minas se aprofundou desde que o Aécio Neves assumiu o governo. O tão badalado “Choque de Gestão” - que está na terceira fase -, uma política neoliberal que marginaliza os trabalhadores da educação, os servidores públicos e toda a sociedade.
Em Minas, o vencimento básico hoje de um professor de nível médio é de R$ 369 e professor/a que tem licenciatura plena é R$ 550. Logo, o governo de Minas Gerais paga como vencimento básico quase só o salário mínimo para professor/a tem um curso universitário. Alegar que o Estado não tem condições de pagar o Piso nacional não justifica pelo seguinte: a) O vencimento básico da polícia civil é R$2.041,00; b) Minério, celulose, café e muitos outros produtos primários são exportados com isenção de impostos (Lei Kandir); c) Há dinheiro para grandes obras “como a COPA”, construção da Cidade Administrativa, aumento exorbitante do aparelho de repressão – grandes penitenciárias, milhares de policiais, milhares de viaturas etc.
  Assino embaixo do que disse Leonardo Boff, em mensagem aos professores: “Estou estarrecido face à insensibilidade do Governador Anastasia face a uma greve dos professores e professoras por tanto tempo. Ele não ama as crianças, não respeita seus pais, despreza uma classe de trabalhadores e trabalhadoras das mais dignas da sociedade.” Acrescento: Ele não respeita a sociedade que diz representar. Somente as/os trabalhadoras/os que lutam pelos seus direitos tem dignidade para ensinar cidadania.
Que beleza o apoio de Dom Tomás Balduíno aos professores, ao dizer: “Orgulho-me pela greve de vocês. Vejo neste acontecimento um dos esperançosos sinais dos tempos, semelhante ao que está acontecendo no Chile. Vocês, com seu sofrimento e angústia, estão sendo os instrumentos de Deus na construção do Brasil que queremos, a Pátria dos nossos sonhos. Por isso uno-me solidário com vocês e com todos e todas que lhes dão apoio.”
Frei Betto tem toda razão ao apoiar a luta dos professores: "Todo o meu apoio ao professorado Mineiro por um salário digno e por melhores condições de trabalho. O Brasil do atraso e torná-lo uma nação soberana independente. Salário não é ESMOLA, ESCOLA não é sucata, Educação de qualidade é a mais importante REVOLUÇÃO para tirar. Aluno não é COBAIA. Minha SOLIDARIEDADE ENCORAJADORA!.

Com Cora Coralina, digo: “Propõe-se a ensinar aquele que é bom de espírito, aquele que se orgulha quando o aluno o supera. Aquele que, cotidianamente, motiva o aluno, sem esquecer-se de que um dia o foi... Propõe-se a ensinar aquele que, feliz, transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Vejo isso nos professores que estão em greve em Minas e em muitos outros estados.
Essa greve, a mais longa da história de Minas, será um marco histórico na luta pela educação pública e de qualidade, em Minas. Que cada professor/a desenvolva pedagogias que ajudem na compreensão da vida concreta, isto é, a matemática da fome, o português da violência, a geografia e a história da exploração e dos problemas sociais, a ciência da história da vida real das pessoas.A greve das/os professoras/res de Minas Gerais está sendo uma verdadeira escola libertadora. Quem disse que as/os professoras/es não estão ensinando? As/os educadoras/res estão nas ruas, ensinando uma verdadeira lição de cidadania, de quem não se deixa oprimir, de quem busca na luta, dignidade e justiça social pelo valor à educação, um dos maiores patrimônios que o Estado tem a obrigação de cuidar.
Atenção, Anastasia, a greve só será interrompida quando a justa, legal e legítima reivindicação da categoria for atendida: o Piso Salarial Nacional, um valor pífio e insignificante.
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5 Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais.

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  Enfim, benditas/os as/os educadoras/os e todos os que apoiam a luta pela educação pública e de qualidade e, assim, lutam pela transformação da sociedade.
Belo Horizonte, 14 de setembro de 2011

BEM AVENTURADOS OS QUE PROTESTAM, INDEPENDENTE DO GOVERNO QUE AÍ ESTÁ!



No dia 10 de setembro, o Educafro/Núcleo Pedra Negra e alunos do Centro Interescolar (membros do colegiado) participaram da Conferência Municipal de Juventude, promovida pelo Município, com o apoio do Governo Federal.

Embora não estivesse programado que eu falasse, consegui uma brecha para defender o projeto do Educafro. Partindo da nossa insistência, a fala foi muito breve, acho que não durou sequer um minuto, e já havia pessoas nos interrompendo, solicitando o microfone, mas o importante foi que conseguimos apresentar, para a prefeita de Governador Valadares e para os presentes, um projeto de Lei alterando a legislação de transporte da cidade, o que beneficiará a juventude, professores e as mães carentes de nossa cidade, se a lei for aprovada e sancionada.

O Núcleo Pedra Negra está feliz, porque elegemos o aluno Taciano como primeiro suplente de delegado para a Conferência da Juventude, em Araxá/MG. Entretanto, nosso representante não terá voz.

Lembro-me da minha juventude, em que cantava essa música nas comunidades eclesiais de base. Hoje considero bem-aventurados os jovens conscientes.

DEIXA-ME SER JOVEM NÃO ME IMPEÇA DE LUTAR.


Bem aventurados aqueles que foram à Conferência!


POIS A VIDA NOS CONVIDA A UMA MISSÃO REALIZAR.


Bem aventurados aqueles que se apresentaram como líderes!


DEIXA-ME SER JOVEM, SER LIVRE PRA SONHAR.


Bem aventurados os que fizeram propostas!


NÃO REPRIMA NÃO REPROVE O MEU JEITO DE AMAR.


Bem aventurado o Educafro, que ama seus educandos e educadores!


FAZER TAMBÉM A HISTÓRIA E NÃO SER IGNORADO.


Bem aventurados os que ousaram falar!


PRESERVAR OS MEUS VALORES E NÃO SER MASSIFICADO.


Bem aventurados aqueles que gritaram que o governo corta verbas para a alimentação dos trabalhadores em Educação.


MUITOS JOVENS, SEM SABER, ESBANJARAM SUA IDADE
.


Bem aventurados aqueles que conscientizam os jovens!


ALTERADOS SE ENTREGARAM AOS DRAGÕES DA SOCIEDADE.


Bem aventurados aqueles que ousam pisar no dragão que queima a consciência dos jovens.


NÃO ME SINTO REVOLTADO, MAS QUERO ME EXPLICAR.


Bem aventurado quem é livre para falar!


DE TANTO SER EXPLORADO EU ME PUS A PROTESTAR.


Bem aventurados os que protestam, independente do governo que aí está!


NÃO NASCI PARA SERVIR COMO PEÇA DE ENGRENAGEM.


Bem aventurado aquele povo que ainda não é marcado como gado!


NEM SER COISA QUE SE VENDE OU SE COMPRA POR VANTAGEM.


Bem aventurado os que não precisam de migalhas para sobreviver!


QUERO SER CONSIDERADO COMO SER FILHO DE DEUS.


Bem aventurado aquele que não perdeu a identidade!


REALIZAR OS MEUS ANSEIOS, CADA VEZ SENDO MAIS EU.


Bem aventurados os que ainda acreditam que só com a luta a vida pode mudar!


AMÉM!


Lídice Gomes Pimenta da Silva Pereira/Educafro/Núcleo pedra negra.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O que o Educafro Minas (Núcleo Pedra Negra) espera da 1ª Conferência Municipal de Juventude de Governador Valadares?

No dia 10 de setembro o Educafro/Núcleo Pedra Negra e alunos do Centro Interescolar (membros do colegiado) irão participar da Conferência Municipal de Juventude de Governador Valadares

Esperamos que nessa Conferência tenhamos um momento para falarmos das nossas lutas e apresentarmos um idéia, ou seja, um projeto de Lei alterando a legislação de transporte coletivo em Governador Valadares, o que beneficiará a juventude valadarense como um todo.

Participaremos dessa atividade porque acreditamos que será um momento democrático, no qual estaremos pensando sobre o trabalho, a profissionalização, a segurança, o transporte urbano, a cultura e a dignidade de todos, como está escrito na proposta da conferência.

PROJETO DE LEI Nº______/2011


Modifica a Lei Municipal nº 3.345/91 e o Decreto Municipal nº 8.054/2004, que regulamentam o transporte coletivo e a emissão, comercialização e uso do passe escolar no serviço regular de transporte coletivo urbano de passageiros no município de Governador Valadares, para incluir entre os seus beneficiários os trabalhadores em Educação das redes públicas Municipal, Estadual, Federal, bem como os estudantes dos cursos pré-vestibulares comunitários e os responsáveis por crianças matriculadas em creches públicas e comunitárias em funcionamento no Município de Governador Valadares, bem como a Lei nº 4641/99, que dispõe sobre o estacionamento rotativo em Governador Valadares.

Exposição de motivos:

Os pré-vestibulares comunitários foram criados como forma de auxiliar os alunos mais carentes a ingressarem na educação superior, vencendo a desigual concorrência entre estudantes de melhores condições financeiras, que tiveram acesso às melhores escolas.

Atendem famílias de baixa renda e seus professores são voluntários, recrutados nas escolas públicas e particulares, que têm como ideal melhorar as condições de vida de seus alunos, através do incentivo ao estudo.

O Pré-Vestibular Comunitário Educafro Minas (Educação e cidadania de Negros (as) e pessoas da camada popular) funciona em Governador Valadares desde o ano de 2009, no Centro Interescolar Dr. Raimundo Soares Albergaria Filho, na Ilha dos Araújos, e atende a pessoas de baixa renda de todos os bairros da cidade, que têm como principal obstáculo ao estudo o preço das passagens de ônibus, pois, muitas vezes, estão desempregados.

A razão da inclusão dos professores e funcionários das escolas integrantes das redes públicas Federal, Estadual, Municipal e Particular de ensino entre os beneficiários dos passes escolares é o fato de que estes, salvo algumas exceções, ganham salários risíveis e têm que se deslocar todos os dias de uma escola a outra para garantirem no final do mês um salário que garanta uma existência digna, sendo sacrificados com o custo do transporte.

Pela mesma razão se incluem no presente projeto os responsáveis por crianças que se encontrem matriculadas em creches públicas e comunitárias, pois essas crianças provêm de famílias carentes que, muitas vezes, têm que fazer verdadeiros sacrifícios para que seus filhos tenham acesso às creches.

Apresento, pois, o presente projeto de lei, para apreciação do Poder Executivo Municipal de Governador Valadares.

Projeto de Lei nº________________________________

Altera a redação da Lei nº 3.345/91 e do Decreto nº 8.054/2004, que regulamentam o transporte coletivo no Município de Governador Valadares/MG

Art.1º-O artigo 22, §3º, da Lei Municipal nº 3.345/91 passa a ter a seguinte redação:

Art.22-Os valores dos preços das tarifas serão periodicamente atualizados por ato do Executivo Municipal, após estudos e parecer da Divisão de Transportes e Trânsito-DTT, por iniciativa própria ou a requerimento das empresas operadoras.

(...)

§ 3º-A tarifa escolar terá um desconto de 50%(cinqüenta por cento) sobre a tarifa comum, e terão direito a ela:

a) os professores e funcionários das escolas integrantes das redes Federal, Estadual, Municipal e Particular de ensino;

b)os alunos regularmente matriculados em estabelecimentos de ensino fundamental, médio e superior do Município de Governador Valadares;

c)os alunos e professores voluntários dos pré-vestibulares comunitários em funcionamento no município;

d)os responsáveis por crianças que se encontrem matriculadas em creches públicas e comunitárias.

Art.2º-Os artigos 2º, 3º e 4º do Decreto Municipal n° 8.054/2004 passam a ter as seguintes redações:

Art.2º-Terão direito ao desconto:

a) os professores e funcionários das redes Federal, Estadual, Municipal e Particular de ensino, bem como os professores voluntários dos cursos pré-vestibulares comunitários instalados no Município;

b) os estudantes que estiverem matriculados em estabelecimentos de ensino, de diferentes níveis, instalados no Município de Governador Valadares/MG, inclusive dos Pré-Vestibulares Comunitários que atendam alunos de baixa renda;

c)os responsáveis por crianças que se encontrem matriculadas em creches públicas e comunitárias.

§1º-A existência dos cursos pré-vestibulares comunitários e a freqüência dos seus estudantes que solicitarem os passes escolares será comprovada por declaração assinada pela direção da escola ou instituição onde estiverem instalados, ou por algum dos responsáveis pela manutenção dos cursos.

§2º-A condição de trabalhador em educação poderá ser comprovada pelo contracheque ou declaração da instituição de ensino ou secretaria a que estiverem vinculados.

§3º-A condição de responsável por criança matriculada em creche pública ou comunitária se comprova pela certidão de nascimento da criança, ou termo de guarda, e declaração da creche em que estiver matriculada.

Art.3º-Os estabelecimentos de ensino, dos diferentes níveis, classificam-se nas seguintes categorias administrativas:

(...)

III-Comunitárias, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, em benefício de pessoas carentes, e baseadas em trabalhos voluntários.

Art.4º-Os estabelecimentos de ensino compõem-se dos seguintes níveis:

(...)

II - Educação complementar, formada por cursos e exames supletivos e cursos pré-vestibulares;

(...)

Art. 3º-Os recursos para a implementação desta Lei serão derivados das receitas obtidas com o estacionamento rotativo Zona Azul, instituído pela Lei nº 4641/99.

Art.4º- Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação. Revogam-se as disposições em contrário.

Proposta apresentada pela coordenação do Educafro/Núcleo Pedra Negra

Lídice Gomes Pimenta da Silva Pereira/Professora de Direito, Cultura e Cidadania.

Taciano Costa Lima/Gilda Ferreira de Almeida/Terezinha Ferreira Fonseca-Coordenação Núcleo Pedra Negra(Educafrominas).

Governador Valadares 10 de setembro de 2011.

Aos professores substitutos e à comunidade

Como sabemos, o governo de Minas Gerais autorizou a contratação de professores para substituir os grevistas nas aulas do terceiro ano do Ensino Médio. Em um contexto no qual os professores lutam não apenas por melhores salários, como pela reconstrução da já debilitada carreira a partir dos ataques impostos pela lei do subsídio, o governo do Estado procura através desta medida dividir o movimento e se esquivar das reivindicações colocadas a mais de dois meses pelos grevistas.

Em um quadro marcado pela permanente precarização do ensino público estadual, marcado pela falta de professores, sobretudo habilitados, em que a carreira de professor já é vista como uma alternativa indesejada pela maioria dos nossos jovens, perguntamo-nos: qual é o compromisso deste professor recém-contratado ao substituir aqueles que lutam pela melhoria do ensino público estadual?

Esta medida levada a cabo pelo governo do estado, antes de se preocupar com o destino dos alunos que estão prestes a concorrer por uma vaga na universidade, pelo contrário, precariza ainda mais o ensino destes, ao mesmo tempo em que procura desmobilizar aqueles que até o presente momento tem se mantido de pé na luta por uma educação pública de qualidade.

Neste sentido fazemos neste momento um duplo chamado!

Por um lado convocamos você professor substituto de grevista a se somar à luta dos trabalhadores de sua categoria! Venha ajudar a golpear uma vez mais este governo autoritário que quer acabar com qualquer possibilidade de manifestação dos trabalhadores!

Convocamos os pais e a comunidade em geral a apoiar a greve dos trabalhadores em Educação como única forma de garantir um ensino de qualidade e gratuito para o seu filho!

Acesse o blog e faça parte deste movimento: educacaoemlutamg.blogspot.com

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

KIRIKU E A FEITICEIRA

KIRIKU E A FEITICEIRA
do site www.correioweb.com.br




Kiriku é um menino que já falava quando ainda estava na barriga da mãe. Na verdade, foi ele quem escolheu seu próprio nome logo que nasceu. Ele está destinado a libertar uma vila africana de uma feiticeira chamada Karaba, que secou as fontes de água e sequestra os homens do local. Kiriku vai até o sábio da montanha, conhecedor do segredo de Karaba, e em seguida parte para enfrentar a feiticeira.

Essa história faz parte do folclore africano e fala da determinação na luta pela liberdade. Kiriku nasce para ser livre, tanto que quando ainda está na barriga da mãe ele diz: "Mãe, dê a luz a mim!" Segundo o diretor e roteirista, Michel Ocelto, foi também um grande oportunidade para mostrar o povo africano e alguns de seus valores. O roteiro foge do óbvio, ao contrário do que acontece em outras produções do gênero. E conta ainda com boa trilha sonora e personagens cativantes.

A trilha sonora do filme foi feita pelo senegalês Youssou N´Dour, um dos mais famosos músicos africanos, que tornou-se popular pela música 7 seconds











FICHA TÉCNICA

Título Original: Kirikou et la sorcière
Gênero: Desenho Animado, em cores
Classificação: Livre









Tempo de Duração: 71 minutos
Ano de Lançamento (França/Bélgica): 1998
Estúdio: Trans Europe Film / Les Armateurs / Odec Kid Cartoons / Exposure / Monipoly / Studio O / France 3 Cinéma / Radio-telévision belge









Distribuição: ArtMann
Direção: Michel Ocelot
Roteiro: Michel Ocelot









Música: Youssou N'Dour
Edição: Dominique Lefèvre









Elenco:
Vozes
Antoinette Kellermann (Karabá)
Fezele Mpeka (Tio)
Kombisile Sangweni (Mãe)
Theo Sebeko (Kiriku)
Mabuto "Kid" Sithole (Velho/Viellard)









Detalhes:
. O diretor do filme, Michel Ocelot, passou parte da infância na Guiné, onde conheceu a lenda de Kiriku.









. Para compôr as canções do filme apenas foram utilizados instrumentos tradicionais da África, como balafon, ritti, cora, xalam, tokho, sabaar e o belon.








. Na versão original do filme, falada em francês, as vozes dos personagens foram feitas por atores africanos.









Sinopse:
Na África Ocidental, nasce um menino minúsculo, cujo tamanho não alcança nem o joelho de um adulto, que tem um destino: enfrentar a poderosa e malvada feiticeira Karabá, que secou a fonte d'água da aldeia de Kiriku, engoliu todos os homens que foram enfrentá-la e ainda pegou todo o ouro que tinham. Para isso, Kiriku enfrenta muitos perigos e se aventura por lugares onde somente pessoas pequeninas poderiam entrar.

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PERSONAGENS
http://www.fantasykat.com/shows/kiriku.html
fonte: http://criancanegritude.blogspot.com