sexta-feira, 11 de outubro de 2013

As Terras do Rio Sem Dono sendo novamente disputada: União Ruralista de Governador Valadares X Governo PT: O que o povão tem com essa briga? 
Quem tiver a boca maior engole o outro.
Hoje estive na Câmara Municipal de Governador Valadares para ver os trabalhos da casa, mesmo porque o Curso Pré-Vestibular Educafro apresentou o projeto de Passe Livre, que em tese deveria ser analisado pela Comissão de Legislação Participativa, que, há duras penas, está sendo implementada.
Os trabalhos da Câmara foram centrados na possível venda do Parque de Exposição da Cidade e, de forma bizarra, vimos à briga de vereadores do PT contra antigos Ruralistas desta terra que, em tempos remotos, foi chamada de Terras do Rio Sem Dono do nosso grande comunista Carlos Olavo. 

Só a título de curiosidade, gostaria de colocar aqui como a União Ruralista se intitula em seu site oficial: “A União Ruralista Rio Doce - URRD é uma entidade civil, sem fins lucrativos que congrega a classe de produtores rurais e que luta pelos seus interesses há 44 anos. Ao longo de mais de quatro décadas de atuação, a URRD tem contribuído com o crescimento e desenvolvimento do agronegócio na região”. (http://www.expoagrogv.com.br/sispage/uniao.ruralista.asp


Aqui a minha leitura não é favorável a nenhum deles. A minha leitura é uma visão de uma socialista que quer entender o que o povo tem com isso, pois nós, dos movimentos de base, estamos preocupados com o povo sofrido, que vive terrores nos períodos de alagamento de bairros mais carentes da cidade, como o bairro São Paulo e o São Tarcísio. Interessante é que nunca vi a Câmara lotada para discutir tais problemas. 

De um lado, temos a União Ruralista, dirigida pelo candidato a prefeito derrotado na eleição passada, André Merlo (PDT), que estava defendendo veementemente a venda do Parque de Exposições, dizendo que é área particular e, como bom discurso da defesa histórica dos bens privados, “é meu, eu vendo, eu faço o que quero”. Do outro lado víamos uma briga política do PT, representado pelos vereadores Guetão e Geovane Honório, esvaziada, pois centrada em seu próprio umbigo, se dizendo contrários à venda do local por motivos de alagamento, sem ter nenhuma proposta para resolver esse tipo de problema, que é os das enchentes. 

Eu poderia aqui tratar de questões históricas sobre quem é de fato a UNIÃO RURALISTA (UDR) para o povo pobre e sofrido, que saiu escorraçado do campo e foi morar em áreas de alagamento nas décadas de 70 e 80, mas isso não vem ao caso nesse texto. 

Este é o debate: A quem interessa toda essa querela e onde está o povo nesse caso? 
A área cuja venda está sendo proposta é alagável, e sabemos disso de forma notória. Por que, então, uma grande empresa vai investir dinheiro nela, pois sabemos que os empresários e fazendeiros não gostam de dar murro em ponta de faca?
A minha grande pergunta que não quer calar: O povo será, de fato, beneficiado? Por que vender um local que alaga? E as questões ambientais, como a preservação da mata ciliar, serão discutidas seriamente nessa querela? Por que o Carrefour, empresa multinacional que não joga para perder, quer construir em área de risco?
O que ficou claro nessa quinta-feira dia 10 de outubro é que os vereadores ficaram com muito receio com aquele poder todo que se impunha na galeria da Câmara, e o PT, esse nós já sabemos que não esta nem um pouco preocupado com questões de âmbito coletivo. O que fazem abertamente é girar em torno do seu próprio umbigo esperando as próximas eleições. 
E com isso esses poderes esperam que o povo continue levando vida de gado, sendo marcado e sendo feliz com o novo velho discurso: o progresso chega em Governador Valadares, agora sem o pão, que há muito tempo não têm, e sem o circo, que é o Parque de Exposições.

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