sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O BALANGO, AS MAÇÃS DO AMOR E OS DONOS DO RIO SEM DONO.

A Juventude quer emprego, quer escola pública de qualidade, e menos disputas eleitorais fora de época. Hoje em Governador Valadares ocorreu uma audiência extraordinária, na qual seria discutida mudança no Código de Posturas Municipais, proibindo construções com área superior a 360 metros quadrados no Parque de Exposições da cidade, situado no Bairro São Paulo, em área alagável (parte de um terreno privado da União Ruralista Rio Doce, conhecido como Capineira). É pertinente ser lembrado nesse texto que as audiência extraordinárias são onerosas ao poder Legislativo, que tem que pagar horas extras aos vereadores e consequentemente isso sai do bolso contribuinte.

A Reunião Extraordinária foi divulgada por internautas nas redes sociais e pela imprensa local. Foi divulgado que um dos itens da pauta de discussão dessa reunião seria o tão polêmico PROJETO 017/13, que hoje não foi colocado em votação, mais parecendo que o Presidente da Câmara, que age sempre de forma autoritária, empurrava a reunião com a barriga, ao ver tantas pessoas da sociedade, principalmente os ruralistas, fazendo pressões naquela Casa. Quero salientar que toda manifestação popular na Câmara é legitima.

Na sessão foram lidos os nome dos vereadores ausentes. À boca miúda, dizia-se que o Vereador Chiquinho se encontra na praia. Mas também pudera: com tanto fogo na casa, o Vereador buscou uma prainha para se refrescar! Ufa, que calor!

O que ganha à juventude de Governador Valadares com essa disputa política eleitoreira visível entre os vereadores Guetão, Geovane Honório ambos do PT e o ex-candidato a prefeito André Merlo do PDT? Que segundo a boca do povo seriam candidatos a deputados para as próximas eleições.

  É evidente que essa briga traz rixas políticas antigas e o povo fica na expectativa, aguardando que as oportunidades surjam.

Enquanto isso, Valadares se encontra no ranking das cidades brasileiras com mais alto índice de criminalidade. Em 2010, a taxa de homicídios no município foi de 44,4 por 100 mil, segundo o IBGE.

O município está entre os cem mais violentos do país, muitas das vítimas são crianças e adolescentes, em sua maioria negra e pobre.

Enquanto isso a União Ruralista, que é uma entidade civil sem fins lucrativos, que atua em Governador Valadares há mais de quatro décadas, em favor do desenvolvimento do agronegócio na região, é contrária ao projeto dos vereadores Guetão e Geovane Honório, pois é do interesse da sua maioria vender uma parte da área do parque de exposição para um grande grupo econômico, que segundo o povo é o grupo Carrefour, apesar de não constar no site oficial da empresa.

O agronegócio, por sua vez, beneficia uma minoria econômica, não atingindo a grande massa de jovens que precisa de estudo e trabalho, e que teve seus pais e avós expulsos do campo pelo êxodo rural nas mesmas terras do rio sem dono.

Hoje ouvimos um discurso pueril, e evidentemente político, dizendo que esse grupo quer gerar emprego e renda para boa parte da população.

 Os donos da Capineira, são também donos do poder econômico da cidade, dizem que essa área é particular e, com o bom discurso da defesa histórica dos bens privados, “é meu, eu vendo, eu faço tudo o que quero com a minha propriedade”, em nome do progresso. Mas, para um bom leitor social, esse discurso é feito em nome de interesses privados.

Do outro lado víamos uma briga política de dois vereadores do PT, Guetão e Geovane Honório, esvaziada, pois centrada em seus próprios umbigos, se dizendo contrários à venda do local por motivos de alagamento, sem ter nenhuma proposta para resolver esse tipo de problema, que é o das enchentes que notoriamente fazem um grande estrago nas áreas mais pobres da cidade.

Para não perder a linha Tiririca dos políticos brasileiros, os dois fizeram um discurso demagógico, muito criticado pelas redes sociais, de que o povo perderia os balangos e as maçãs do amor do Parque de Exposições, apelando para o discurso pão e circo, criticados por uma massa legítima de jovens que estiveram na Câmara hoje para entender a jogada política.

A área cuja venda está sendo proposta é alagável, e sabemos disso de forma notória. Por que, então, uma grande empresa vai investir dinheiro nela, pois sabemos que os empresários e fazendeiros não gostam de dar murro em ponta de faca? O povo será, de fato, beneficiado? Por que vender um local que alaga? E as questões ambientais, estas serão discutidas seriamente nessa querela? Por que o Carrefour, segundo boatos, empresa multinacional que não joga para perder, quer construir em área de risco?

O que ficou claro novamente é que os vereadores não tiveram coragem e nem fundamentos para colocar em pauta seu projeto, e nada foi dito a respeito de geração de renda para a juventude valadarense, com o encerramento de uma sessão extraordinária que será paga pelos contribuintes dessa cidade.
Lembrando que a Ordem do dia foi uma pauta vazia, pois o projeto foi retirado durante a sessão, ficando evidente o desrespeito com o povo de Governador Valadares, empurrado com a barriga mais uma vez.
O que esperamos é que os Poderes Legislativo e Executivo dessa cidade tenham de fato projetos de geração de emprego para a população que sofre com toda essa querela, e que isso seja imediato, pois as pessoas não podem mais esperar.  


Nenhum comentário:

Postar um comentário